Ainda estranho cada despedida,
cada tchau me custa um dia de vida.
Mais rápido que o tempo, eu me disperso,
com a incerteza de que ela lerá o próximo verso.
Mesmo não sabendo se ainda está lendo,
na incerteza desse "saber" eu continuo escrevendo.
Por cada momento feliz que aos poucos se desfez,
eu escrevo um novo verso para revive-los outra vez.
É obscuro, duvidoso, incerto e insinuoso.
Nos guia à suposta alegria com um fim desastroso.
Mais triste que um palhaço trancado em seu camarim,
eu tento juntar aos poucos os restos que sobraram de mim.
Já não vejo motivo para alegrar a cada ser vivo,
expressar alegria exageradamente me tornou inexpressivo.
Aquela velha história da lágrima do palhaço,
parece clichê, mas esse roteiro está fadado ao fracasso.
É tudo uma simples e fajuta atuação!
Tudo isso que está lendo, não passa de ficção!
Ficção vivida , experienciada e rejeitada.
Ninguém quer viver ficção, se sempre acaba da forma errada.
Ninguém fica quando as luzes se apagam,
só os ecos dos seus risos que no vazio, se propagam.