Há dias que acordo
em dias que durmo.
Há noites que sonho
em dias que sumo.
Em claro no escuro
es puro teu rumo.
Escrito no muro
"Pés duro, eu juro"
Aqui jaz um
A quem faz dois
meses sem vê-la
A ti, traz bela.
Eu jazo
Tu jazes
Ela jaz
Ela não, paz.
Esquecer
Es que ser forte.
Naquela esquina
vi vindo aquela menina
vivi vendo ela vindo
naquela esquina.
18/06/2014
19/04/2014
Quem?
Letal, como um tiro no peito.
Ela ressurge e me domina de jeito.
Eu recuso, ela insiste.
Eu bato, ela resiste!
Eu cedo e fico triste.
Eu fujo, ela persegue!
Eu paro, ela prossegue!
Se eu durmo, ela desperta.
Seu efeito deixa em alerta.
Ele sobe e desce o morro.
Depois implora o socorro.
Se eles pegam, levo esporro.
Já era, tô suave.
Antes que agrave.
Sem ela, fico tenso.
Mas ela, eu dispenso.
Teu efeito é intenso.
O prejuízo é imenso.
Ela sabe, sou propenso.
Ela sabe o que eu penso.
Ela ressurge e me domina de jeito.
Eu recuso, ela insiste.
Eu bato, ela resiste!
Eu cedo e fico triste.
Eu fujo, ela persegue!
Eu paro, ela prossegue!
Se eu durmo, ela desperta.
Seu efeito deixa em alerta.
Ele sobe e desce o morro.
Depois implora o socorro.
Se eles pegam, levo esporro.
Já era, tô suave.
Antes que agrave.
Sem ela, fico tenso.
Mas ela, eu dispenso.
Teu efeito é intenso.
O prejuízo é imenso.
Ela sabe, sou propenso.
Ela sabe o que eu penso.
Justificativa
E agora, devo ceder ou me regenerar?
Eu vou me afastar muitas vezes, pra te proteger.
Vou fugir de suas perguntas.
Talvez minhas respostas só lhe trará mais dúvidas.
Só não vou te abandonar, ah... Isso não!
O problema é que até eu me confundo a quem eu me refiro.
O problema é que até eu me confundo a quem eu me refiro.
E se os problemas são meu, eu vou resolver sozinho, como sempre fiz.
Só não sei se dessa vez eu vou conseguir.
Acho que ela sente mais o peso desse problema do que eu próprio.
Eu consigo, sei disso, só preciso me concentrar.
Ela sempre parece inofensiva e sempre me domina,.
Eu poderia facilmente inclui-la nessa rima.
O problema é a FALTA que ela me faz,
pois a presença dela é uma felicidade momentânea.
Dizem que o orgulho é o
fator principal que mais impede
as pessoas de procurarem ajuda.
Sem dó nem piedade...
03/03/2014
Do jeito dela
É do jeito que ela fala,
das perguntas que ela faz.
Das quais, mesmo sem respostas,
traz alívio e paz.
É do jeito que ela mexe no cabelo,
ou do jeito que ela costuma dizer que meu sorriso é "pelo".
É do jeito que ela me encara,
me deixa sem graça enquanto ela fala.
É do jeito que ela canta,
que facilmente, meus males ela espanta.
É do teu bom gosto musical,
É do teu bom gosto musical,
que me deixa bobo enquanto sussurra melodias que elevam meu astral.
É do jeito que ela lê o que escrevo,
que incessavelmente eu a descrevo.
Ao menos eu tento descreve-la,
mas ainda não encontraram adjetivos para tal magnitude.
Tudo nela me faz delirar,
eu literalmente passo as horas a contar,
segundo a segundo, enquanto ela adormece.
11/11/2013
Estragou a televisão (Veríssimo)
-- Iiiih...
-- E agora?
-- Vamos ter que conversar.
-- Vamos ter que o quê?
-- Conversar. É quando um fala com o outro.
-- Fala o quê?
-- Qualquer coisa. Bobagem.
-- Perder tempo com bobagem?
-- E a televisão, o que é?
-- Sim, mas aí é a bobagem dos outros. A gente só assiste. Um falar com o outro, assim, ao vivo... Sei não...
-- Vamos ter que improvisar nossa própria bobagem.
-- Então começa você.
-- Gostei do seu cabelo assim.
-- Ele está assim há meses, Eduardo. Você é que não tinha...
-- Geraldo.
-- Hein?
-- Geraldo. Meu nome não é Eduardo, é Geraldo.
-- Desde quando?
-- Desde o batismo.
-- Espera um pouquinho. O homem com quem eu casei se chamava Eduardo.
-- Eu me chamo Geraldo, Maria Ester.
-- Geraldo Maria Ester?!
-- Não, só Geraldo. Maria Ester é o seu nome.
-- Não é não.
-- Como, não é não?
-- Meu nome é Valdusa.
-- Você enlouqueceu, Maria Ester?
-- Pelo amor de Deus, Eduardo...
-- Geraldo.
-- Pelo amor de Deus, meu nome sempre foi Valdusa. Dusinha, você não se lembra?
-- Eu nunca conheci nenhuma Valdusa. Como é que eu posso estar casado com uma mulher que eu nunca... Espera. Valdusa. Não era a mulher do, do... Um de bigode...
-- Eduardo.
-- Eduardo!
-- Exatamente. Eduardo. Você.
-- Meu nome é Geraldo, Maria Ester.
-- Valdusa. E, pensando bem, que fim levou o seu bigode?
-- Eu nunca usei bigode!
-- Você é que está querendo me enlouquecer, Eduardo.
-- Calma. Vamos com calma.
-- Se isso for alguma brincadeira sua...
-- Um de nós está maluco. Isso é certo.
-- Vamos recapitular. Quando foi que casamos?
-- Foi no dia, no dia...
-- Arrá! Tá aí. Você sempre esqueceu o dia do nosso casamento... Prova de que você é o Eduardo e a maluca não sou eu.
-- E o bigode? Como é que você explica o bigode?
-- Fácil. Você raspou.
-- Eu nunca tive bigode, Maria Ester!
-- Valdusa!
-- Tá bom. Calma. Vamos tentar ser racionais. Digamos que o seu nome seja mesmo Valdusa. Você conhece alguma Maria Ester?
-- Deixa eu pensar. Maria Ester... Nós não tivemos uma vizinha chamada Maria Ester?
-- A única vizinha de que eu me lembro é a tal de Valdusa.
-- Maria Ester. Claro. Agora me lembrei. E o nome do marido dela era... Jesus!
-- O marido se chamava Jesus?
-- Não. O marido se chamava Geraldo.
-- Geraldo...
-- É.
-- Era eu. Ainda sou eu.
-- Parece...
-- Como foi que isso aconteceu?
-- As casas geminadas, lembra?
-- A rotina de todos os dias...
-- Marido chega em casa cansado, marido e mulher mal se olham...
-- Um dia marido cansado erra de porta, mulher nem nota...
-- Há quanto tempo vocês se mudaram daqui?
-- Nós nunca nos mudamos. Você e o Eduardo é que se mudaram.
-- Eu e o Eduardo, não. A Maria Ester e o Eduardo.
-- É mesmo...
-- Será que eles já se deram conta?
-- Só se a televisão deles também quebrou.
-- E agora?
-- Vamos ter que conversar.
-- Vamos ter que o quê?
-- Conversar. É quando um fala com o outro.
-- Fala o quê?
-- Qualquer coisa. Bobagem.
-- Perder tempo com bobagem?
-- E a televisão, o que é?
-- Sim, mas aí é a bobagem dos outros. A gente só assiste. Um falar com o outro, assim, ao vivo... Sei não...
-- Vamos ter que improvisar nossa própria bobagem.
-- Então começa você.
-- Gostei do seu cabelo assim.
-- Ele está assim há meses, Eduardo. Você é que não tinha...
-- Geraldo.
-- Hein?
-- Geraldo. Meu nome não é Eduardo, é Geraldo.
-- Desde quando?
-- Desde o batismo.
-- Espera um pouquinho. O homem com quem eu casei se chamava Eduardo.
-- Eu me chamo Geraldo, Maria Ester.
-- Geraldo Maria Ester?!
-- Não, só Geraldo. Maria Ester é o seu nome.
-- Não é não.
-- Como, não é não?
-- Meu nome é Valdusa.
-- Você enlouqueceu, Maria Ester?
-- Pelo amor de Deus, Eduardo...
-- Geraldo.
-- Pelo amor de Deus, meu nome sempre foi Valdusa. Dusinha, você não se lembra?
-- Eu nunca conheci nenhuma Valdusa. Como é que eu posso estar casado com uma mulher que eu nunca... Espera. Valdusa. Não era a mulher do, do... Um de bigode...
-- Eduardo.
-- Eduardo!
-- Exatamente. Eduardo. Você.
-- Meu nome é Geraldo, Maria Ester.
-- Valdusa. E, pensando bem, que fim levou o seu bigode?
-- Eu nunca usei bigode!
-- Você é que está querendo me enlouquecer, Eduardo.
-- Calma. Vamos com calma.
-- Se isso for alguma brincadeira sua...
-- Um de nós está maluco. Isso é certo.
-- Vamos recapitular. Quando foi que casamos?
-- Foi no dia, no dia...
-- Arrá! Tá aí. Você sempre esqueceu o dia do nosso casamento... Prova de que você é o Eduardo e a maluca não sou eu.
-- E o bigode? Como é que você explica o bigode?
-- Fácil. Você raspou.
-- Eu nunca tive bigode, Maria Ester!
-- Valdusa!
-- Tá bom. Calma. Vamos tentar ser racionais. Digamos que o seu nome seja mesmo Valdusa. Você conhece alguma Maria Ester?
-- Deixa eu pensar. Maria Ester... Nós não tivemos uma vizinha chamada Maria Ester?
-- A única vizinha de que eu me lembro é a tal de Valdusa.
-- Maria Ester. Claro. Agora me lembrei. E o nome do marido dela era... Jesus!
-- O marido se chamava Jesus?
-- Não. O marido se chamava Geraldo.
-- Geraldo...
-- É.
-- Era eu. Ainda sou eu.
-- Parece...
-- Como foi que isso aconteceu?
-- As casas geminadas, lembra?
-- A rotina de todos os dias...
-- Marido chega em casa cansado, marido e mulher mal se olham...
-- Um dia marido cansado erra de porta, mulher nem nota...
-- Há quanto tempo vocês se mudaram daqui?
-- Nós nunca nos mudamos. Você e o Eduardo é que se mudaram.
-- Eu e o Eduardo, não. A Maria Ester e o Eduardo.
-- É mesmo...
-- Será que eles já se deram conta?
-- Só se a televisão deles também quebrou.
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